Para trás, deixámos os Vinhos do Porto Brancos (obtidos a partir de uvas brancas), não por serem menos importantes, mas por serem comercializados em menores quantidades e, por isso, menos conhecidos.
Numa abordagem simplista estes vinhos podem classificar-se entre os doces, cuja categoria mais conhecida são os Lágrima, e os secos Dry, sendo que dependendo dos gostos se destinam a ser consumidos como aperitivo, acompanhados por uns frutos secos. Há quem aproveite estes vinhos e se delicie juntando umas pedras de gelo e uma casca de limão, outros vão mais longe na sua leitura e ao gelo somam uma folha de hortelã-pimenta, atestando com água tónica. Prove, comprove, teste, e deslumbre-se com estas ou outras soluções.
Uma nota adicional especial para os gulosos que adoram chocolate e que ainda não encontraram um vinho para o acompanhar, pois bem, aí está a boa notícia experimente acompanhar o seu chocolate amargo com um vinho do porto tinto Ruby, a sua mousse de chocolate com o mesmo vinho ou com um vinho do porto Tawny 10 anos e verá que as boas surpresas sucedem-se ao ritmo exacto da sua curiosidade, do seu atrevimento e do gosto que é descobrir este caminho novo, lendo e relendo os antigos vinhos para os apreciar nos nossos dias com todo o prazer.
Como vê pergunto-lhe agora eu, o que é o vinho do porto, e estou seguro que a resposta que daria antes de ler estas linhas que tenho escrito é bem diferente da que me dará agora. No primeiro caso tentaria dar-me uma explicação mais ou menos vaga, no segundo perguntar-me-á que categoria de vinho do porto para acompanhar com quê. É este o caminho da descoberta e do prazer, julgando por nós, conjugando, avaliando e chegando às nossas verdades sempre, mas sempre com vinho do porto, sobre o qual se diz em Portugal que tem duas funções a cumprir, uma é ser tinto outra é ser bebido. Será?
A título de epílogo gostaria de relembrar uma coisa que embora básica frequentemente é esquecida: nenhuma cave está completa sem uma boa representação de vinhos do porto tintos e brancos, pois agora que os descobrimos, que os bebamos sempre que nos apetecer, e para isso temos de os ter à mão, escolhidos por nós e para nós, preferencialmente em directo dos produtores.