Claro que há, chamam-se vinhas e costumam ser as mães dos vinhos…

Catalogar tem sempre algo de redutor, perde-se sempre algo que lamentavelmente fica pelo caminho. Há vinhos femininos? Eu nunca bebi nenhum, e, sinceramente, nem sei o que são.

Mas, é importante que os vinhos tenham sexo? Eu acho que não, pois tudo isto são falsas questões, até porque, sinceramente, considero o sexo feminino em muitas coisas superiores ao masculino. Então um vinho feminino é melhor do que um masculino?

Baralhado mas não perdido, diria que há vinhos que são mais delicados isso sim, há efectivamente vinhos que o são. Pensemos. Cada vinho é um equilíbrio encontrado pelo seu criador, Enólogos na maior parte das vezes, e nessa qualidade há profissionais que tem a sublime arte de desenhar vinhos todos cheios de graça, equilíbrio, delicadeza e, porque não dizê-lo, de sensibilidade.

Fazê-los é um bico de obra, encontrá-los um achado e reconhecê-los uma sorte, a ponto de quando se tem essa fortuna dever-se fazer uma festa e perfumar-nos com estas verdadeiras obras da natureza que tanto prazer nos dão na sua fruição.

Se alguma vez na sua vida encontrar um vinho destes abrace uma boa quantidade de garrafas e não lhes dê sossego, beba-as, frua-as, oiça as suas histórias e no fim, mas só no fim, diga-me se são vinhos femininos, ou se são simplesmente grandes vinhos, daqueles que não precisam de rótulos, pelo menos destes que falamos…