• Como servir vinhos do Porto?

    Apreciar um vinho do Porto mais do que um cerimonial carregado de tradição deve ser um gesto do dia a dia, apreciando este vinho único, sempre que possível. Na verdade nada melhor do que ter uma garrafeira bem apetrechada em vinhos do Porto para que sempre que nos apeteça tenhamos à mão aquela garrafa que o desejo nos indica.

    Falar de Vinho do Porto é um tanto vago pois referimo-nos a todo o vinho produzido na Região do Douro, situada a uma centena de quilómetros do Porto, segunda cidade de Portugal, que por ser a única por onde este era escoado o baptizou. Note-se que esta Região do Douro foi demarcada em 1756 pelo Marquês do Pombal numa tentativa bem conseguida de pôr ordem no comércio deste vinho que tão importante era para as exportações portuguesas da altura, o que acabou por determinar o nascimento da primeira Região Demarcada do Mundo.

    Abordemos então as categorias de Vinhos do Porto para, desta forma, sermos mais específicos e concretos em relação ao que nos referimos. Numa primeira distinção os vinhos do Porto distinguem-se entre os vinhos do Porto brancos obtidos pela fermentação de uvas brancas e os vinhos do Porto Tinto obtidos através da fermentação de uvas tintas de castas seleccionadas para tal, em ambos os casos.

    Os vinhos do Porto brancos são duma forma geral apreciados como aperitivos em ambas as suas categorias, a mais doce vulgarmente conhecidas por Lágrima, e a seca, designada por Dry, acompanhados por uns frutos secos torrados ou não. Há, porém, quem utilize estes vinhos para fazer cocktails juntando-lhe gelo e limão, e outros acrescentando água tónica e uma folha de hortelã pimenta, ambas as alternativas válidas como o serão outras tantas a gosto de quem as consome e aprecia. Cabe aqui uma palavra para informar que também são produzidos vinhos do Porto brancos envelhecidos tão apreciados quão reduzidas as produções, fica a nota.

    Os vinhos do Porto tintos, esses sim os mais conhecidos são classificados segundo o estágio que lhes destinam e a duração do mesmo. É nestes vinhos que nos surgem os rubis, assim conhecidos pela beleza da sua cor sempre muito apreciados frescos como aperitivo , optando , por vezes, por ser apreciado com melão no célebre “melon au Porto” ou por outras soluções mais ou menos inovadoras e inventivas que até podem passar por receitas que os inclua como tempero essencial, principalmente quando usado para enriquecer pratos de caça: perdizes, sanglier, lebre, até mesmo um veado ou gamo, não esquecendo o caso dos patés.

    Numa escala crescente de complexidade fazem a sua aparição os Late Bottled Vintage, vinhos outrora armazenados durante dois anos em cascos após o que eram engarrafados para não ganharem notas de evolução. Ricos, frutados, agradáveis fazem boa companhia a queijos de ovelha de meia cura, e melhor companhia fazem a sobremesas medianamente doces, em cuja confecção podem eventualmente entrar. Sugerimos até um casamento atrevido: acompanhe a sua mousse de chocolate com um bom vinho do Porto Late Bottled Vintage e verá….

    O topo das categorias dos Vinhos do Porto são os Vintage, vinhos obtidos através da vinificação de uvas de uma propriedade, por vezes até de algumas parcelas apenas, e outras de uvas provenientes de parcelas de várias propriedades. Apenas as melhores uvas servem para a criação destes vinhos do Porto Vintage que são engarrafados cedo garantindo a sua longevidade e na garrafa fazem a sua evolução. Apreciá-los a solo em fim de refeição, ou com arrojo a acompanhar a mesma quando esta for composta por uma bela peça de carne de boi, devidamente confeccionada. Como sabe estas vinhos podem coleccionar-se em cave, valendo a pena, sem dúvida, guardar os anos declarados como míticos.

    Falemos agora dos Vinhos do Porto Tawnies, categoria que indica de imediato a presença na madeira, sim os Vinhos do Porto Tawnies são Vinhos do Porto Rubis que vão evoluir em madeira substituindo as notas frutadas iniciais por outras tão ou mais apreciadas como de frutos secos, especiarias, vinagrinho, tabaco e outras dependendo dos vinhos.

    Os Vinhos do Porto Tawnies destinam-se especialmente a ser servidos como aperitivos, frescos, e a acompanhar em fim de refeição as sobremesas que forem servidas que devem variar entre o médio doce e o muito de acordo com os gostos pessoais de quem os aprecia.

    As categorias dos Vinhos do Porto Tawnies são muitas, cabendo mencionar as mais conhecidas, note-se que estes vinhos são sempre vinhos obtidos pelo lotear de vários vinhos. A primeira categoria são simplesmente os Vinhos do Porto Tawnies que apresentam ainda algum frutado, mas já com notas evidentes de evolução, diríamos que se tratam de lotes de vinhos cujo resultado final dê uma prova organoléptica de um vinho do Porto com cerca de 5 anos de idade. A estes Vinhos do Porto Tawnies seguem-se os 10 anos que agora facilmente percebemos serem obtidos através do casamento de vinhos do Porto e que dêem uma prova organoléptica de um vinho de 10 anos. Nesta lógica encontra igualmente os 20, 30, e 40 anos, sendo estes últimos obtidos com o casamento de lotes de vinhos do Porto alguns com mais de 80 anos, verdadeiros balsamos. É ainda nesta categoria que encontram os vinhos do Porto velhos.

    Apetrechar uma cave de forma minimamente honesta implica, diríamos, que aí repousem pelo menos duas garrafas de cada uma das categorias de Vinhos do Porto brancos, e pelo menos uma meia dúzia de vinhos do Porto Rubim late Bottled Vintage e Vintages, estes últimos de produtores e anos criteriosamente seleccionados. Acrescente ainda uma meia dúzia de vinhos do Porto Tawnies e 10anos, sendo que das categorias 20,30 e 40 anos apenas duas garrafas para apetites especiais a bem da sanidade da nossa bolsa.

  • Como servir vinho branco?

    Eis uma boa questão que denota não só ser colocada pelos genuínos apreciadores como um louvável interesse na arte de bem servir e desfrutar do vinho, do vinho branco neste caso.

    Um tema sempre actual este do serviço de vinhos pois muito aberto a opiniões e a costumes, pois em sua casa cada qual é Rei, e se uns gostam de determinada maneira já os outros o fazem de outra diferente sempre cada qual a seu jeito.

    Se no caso dos vinhos tinto os cuidados a ter não são estremos, já no caso dos vinhos brancos assim não é pois a temperatura de serviço assume grande importância não só para os puristas, mas creio que para todos nós. Sim queremos apreciar cada vinho branco à temperatura que gostamos. Nada mais simples, nada mais complicado.

    Sim, o serviço de vinhos brancos exige alguma logística, e neste caso vou dizer o que faço em minha casa e depois veremos as alternativas. Assumo que não sou dos puristas, sou pior sou um guloso exigente especialmente no que toca aos vinhos brancos . Comecemos pelo principio nunca me esqueço dum vinho branco no frigorifico, não para lá os levo quando decido quais vou beber e quando. Tem de estar fresco , mas não gelado.

    Na hora de o servir alarguei os cordões à bolsa e adquiri não um ,mas dois wine coolers pois homem prevenido vale por dois. Bem, voltemos ao vinho , ao nosso querido vinho branco.

    Garrafa no frigorifico pronta para ser aberta , wine cooler cheio até 1/3 com água fresca à qual acrescento uma quantidade generosa de gelo e deixo a refrescar para não existirem grandes diferenças de temperatura do frigorifico para a piscina gelada a que chamamos wine cooler.

    Chegada a hora , a garrafa sai com toda a dignidade do frigorifico e é então aberta , aqui tenho uma regar de ouro tenho sempre próximo um copo e o vinho é , de imediato, provado ; se aprovado coloco-o no wine cooler, a sua piscina privada onde será transportado para a casa de jantar, onde por acaso também se almoça….

    Não, não sirvo o vinho de imediato. Espero pacientemente que todos se sentem e que chegue a refeição e só nessa altura sirvo religiosamente cada um dos presentes com o bem fresco vinho branco, evitando encher demasiado os copos para este não aquecer.

    Daqui em diante é fácil imaginar as recargas ao longo da refeição sempre com dois cuidados, os copos sempre abastecidos e a garrafa tem de terminar no fim da dita, pois odeio guardar restos de vinho, mas , como digo, sou eu, você certamente encontrará sua forma de actuar.

    É sempre assim , perguntará , não não é , por vezes especialmente no Inverno recorro a uma manga refrescante para manter a garrafa de vinho branco dentro dos limites a que me proponho, e , verdade seja dita, funciona bem.

    Como tudo na vida o bom senso manda desde que a situação encontrada sirva os seus intentos, apreciar o vinho branco bem fresco como mandam os cânones, se para isso usa uma manga, se uma piscina, ou qualquer outros sistema não importa., desde que o nosso vinho branco esteja como gostamos.

  • Pandemia e Clubes de Vinhos

    Metidos em casa pelos piores motivos , um inimigo invisível, eis-nos reféns dos acontecimentos que não controlamos e que , malfadadamente, tomaram controlo da nossa vida , confinando-a.

    As  ocupações em casa são necessariamente escassas , limitadas e a televisão já nem nos serve de refúgio pois entre números e casos num relato que nos tolhe, e uma Netflix já esgotada de interesse , impelem-nos para a leitura mas até os livros se esgotam junto com a nossa paciência. A internet é fiel companheira, embora mais lenta , pois sacia-nos a curiosidade e alivia-nos a carteira com esta ou aquela compra.

    Resta-nos para sobrevivermos com qualidade a descoberta dos nossos hobbies passiveis de desenvolvimento intra muros. A paixão pelos vinhos e gastronomia é um desses casos que nos trará recompensas de monta e um inexorável aumento da nossa cultura geral.

    Vejamos o caso dos vinhos esse mundo que se nos abriu perante os nossos olhos e que a pandemia veio reduzir aos supermercados e algumas lojas on-line que repetem os vinhos que já conhecemos ou outros desconhecidos sobre os quais não temos informação criando-nos insegurança nas compras.

    Tristemente limitados nas opções abre-se, no entanto, uma janela transbordante de oportunidades e de surpresas. Falo dos Clubes de Vinhos , especialmente daqueles que com gente no terreno escolhem para nós bons vinhos que doutra maneira não chegariam ao nosso conhecimento. Satisfazem-nos a curiosidade, alargam-nos os horizontes, enriquecem-nos a cave e alegram-nos a vida.

    Sim , os Clubes dos vinhos podem ser e são a resposta às nossas preces uma vez que nos abrem a janela da diversidade e alargam-nos a visão enófila. Há Clubes do Vinho que escolhem mensalmente junto dos produtores os seus melhores vinhos e que no-los propõem da única forma séria que conheço, através da sua ficha técnica elaborada pelos seus profissionais que nos proporciona ampla informação sobre o vinho e sobre os seus casamentos gastronómicos , além das informações técnicas como castas, grau alcoólico , período de vida previsível, etc. etc etc. Sabemos o que compramos.

    Mais , do que analisei, tudo o que nos pedem é o compromisso flexível de colocarmos uma encomenda regular mensal , pois como só compram o que vendem necessitam saber as quantidades a encomendar aos produtores por forma a satisfazerem os seus membros e não ficarem com stocks excessivos o que se compreende pacificamente nos difíceis dias que correm.

    Dizia que pela mão destes clubes do vinho e dos seus profissionais embora em nossas casas viajamos por esse Portugal fora , de forma segura, deixando para os profissionais o que melhor fazem: escolher bons vinhos. Para nós fica só e apenas o difícil, penoso e árduo trabalho de os apreciar à mesa…

    Numa busca que efectuei sugiro dois dos mais antigos clubes do nosso país

    www.clubedovinho.pt

    www.clubedevinhosesabores.pt

    Desejo-lhe boa viagem neste périplo que cheio de emoções, paixões e surpresas.

  • Que copos de vinho devo utilizar?

    Eis-nos chegados a uma questão fundamental e que denota um ponto tão positivo quanto importante , é que quem se preocupa com os copos em que deve servir os vinhos já está no bom caminho ,o da paixão pelo vinho e pela mesa…

    Concordará que um leigo ou alguém que se inicia nesta arte de apreciação de vinho pouco lhe diz o cuidado que deve assumir no serviço dos vinhos , e provavelmente como eu , já testemunhou pessoas verdadeiramente intimidadas quando num almoço ou jantar de mais cuidado e refinamento lhe colocam à frente um grande copo, provavelmente para servir um grande vinho.

    Talvez esta situação tenha de tão positivo as pessoas realizarem que cada vinho pede seu copo, o que além de justo faz mais do que todo o sentido. Uma pergunta para si , servia um vinho tinto numa flute de champagne ? Nunca, não é ? Bem convém salvaguardarmos a resposta do engraçadinho, ou pragmático, que dirá qualquer coisa do género , só se não tivesse mais nenhum…

    É lógico que cada vinho pede seu copo de forma a potenciar as suas qualidades, o seu perfume, os seus aromas, sabores, nuances bouquet. Agora, por exemplo, se estamos a falar de um vinho branco para todos os dias pensamos num copo minimamente digno mas não muito sofisticado, já para um vinho tinto poderoso e encorpado devemos usar outro copo que potencie todo o seu esplendor.

    Assim e para responder à nossa questão sugiro que consulte os sites de fabricantes de copos, como a Riedel,  e verá imediatamente a enorme diversidade de copos que existem  com funções bem específicas para cada tipo de vinho , e verá que é quase levar ao extremo a escolha .

    Simplificando, em minha casa claro que há flutes , claro que tenho um tipo de copos para os vinhos brancos , agora confesso que para os vinhos tintos tenho dois tipos de copos um sobre o bom para os vinhos até ao Bom, e tenho uns copos enormes para os vinhos tintos da categoria MUITO BOM ( estes não só foram caros como servem raramente ,mas quando servem percebo porque os comprei e os uso).Como vê quatro tipos de copos chegam perfeitamente para nos iniciarmos , agora também lhe sou franco quanto mais percebo e aprecio vinhos ,mais copos penso em comprar ,com calma, muita calma pois sinceramente prefiro gastar em vinhos do que em copos …

  • Porque existe uma variação de preços tão grande nos vinhos?

    Eis uma excelente pergunta e dou-lhe , desde já, os parabéns por estar a ler estas linhas pois só revela uma salutar curiosidade por um lado e o questionar dos factos pois a maioria das  pessoas aceitam  perante um vinho caro a sua qualidade , como se a isso fossem obrigadas.

    Confesso que a primeira  resposta que me veio à cabeça foi questionar-me igualmente porque há carros que são mais caros do que outros , mas vi logo que a analogia é descabida, Vê ,também erro e sou obrigado a voltar a trás em demanda da verdade, pois os vinhos são toda uma outra história que nada tem a ver com porcas e parafusos. Vamos a eles.

    A primeira tentação é ligar os custos ao preço de venda afirmando que nas regiões mais difíceis os custos são maiores logo os vinhos têm de ser mais caros, podia ser assim, mas não é. Vamos dizer, para simplificar alguma coisa , que os custos de tratamento e vindima em cada região são semelhantes . Eu sei que é uma simplificação abusiva, mas vamos assumi-la.

    Para começar pelo principio, é sempre conveniente, vamos dizer, e isto sim é importante, que para se obter um grande vinho são necessárias grande uvas ,leia-se uvas resultantes de videiras velhas com baixas produções, de onde decorre que as uvas têm muito maior concentração. Temos aqui uma grande quebra de rendimento que tem de ser recuperada mais tarde. Primeiro factor.

    Uma vez na adega , vamos ter um investimento consideravelmente superior pois as fermentações serão mais longas , mais cuidadas, mais vigiadas por forma a conseguir uma maior extracção das substancias das uvas. Segundo factor.

    Com frequência estes vinhos vamos dizer melhores, adormecem na madeira ,barricas novas, e passam lá umas boas férias para além de domarem os seus aromas e sabores, extraírem da madeira a sua nobreza. Esta operação requer: aquisição de barricas, maiores custos de mão de obra, investimento superior pois os vinhos necessitam de mais tempo até estarem prontos . Terceiro factor.

    Soma-se que uma vez encontrado o lote ideal ,vinhos, tempo passado em barricas etc. etc. etc . engarrafam-se e guardam-se para , adormecendo, refinaremos seus sabores. É preciso esperar por eles. Quarto factor.

    Acresce que para os melhores vinhos se compram garrafas mais caras, melhores rolhas com idêntica consequência, melhores cápsulas, soma e segue, e rótulos mais afinados para que bata a bota com a perdigota, isto além de caixas mais robustas e elegantes, afinal há um nome a defender. Quinto factor.

    Uma vez prontos porque mais caros saem mais devagar , portanto o investimento demora mais tempo a ter retorno. Sexto factor.

    Tudo isto somado e já se percebe que um vinho destes não pode ter , nem deve, o preço dum vinho do ano, não, tem de ser mais caro!

    Agora devo alertar para o facto de que há vinhos vestidos de forma elegante , atraente, em grandes garrafas , com rótulos caros e vistosos num todo de levado preço , mas cujo conteúdo desilude, são vinhos com demasiado marketing e pouco vinho.

    Um conselho : abrace os primeiros, fuja dos segundos. Afinal é a diferença entre preço e valor . O que verdadeiramente conta é o segundo.

    Tenho dito.

  • Porquê ser membro do Clube do Vinho?

    Temos a sorte de viver tempos de abundância e, nós, apreciadores de vinho, pudemos testemunhar uma enorme melhoria da qualidade da generalidade dos vinhos, e uma explosão na quantidade de produtores que bateram à porta do mercado com as suas mais do que muitas marcas. Até parece que as regiões de produção de vinhos se multiplicaram.

    E os rótulos, meu Deus, que diversidade, uns atiram ao sóbrio e ao clássico, outros com soluções gráficas arrojadas, outros ainda com ideias únicas e sobra um lugar para aqueles que optam por “coisas” diferentes, com atitude e arrojo.

    A verdade é que se por um lado se ganhou e muito, por outro, esta diversidade instalou a confusão dificultando a resposta à questão: que vinho compro para mim?

    Claro que os três factores primários de decisão que pesam, são o Preço e a Região e, só bem depois disso o produtor, deixando de funcionar perante a diversidade de vinhos e de rótulos em cujas mãos sucumbe a curiosidade dos apreciadores mais afoitos.

    O Clube do Vinho responde a todas estas questões, pois conhecendo a fundo o mercado e os produtores não se deixa baralhar pelos rótulos, vai directo aos vinhos que escolhe em casa de cada produtor. Além disso a qualidade de cada vinho está assegurada pelos seus experientes e exigentes enólogos do Clube do Vinho que diariamente pesquisam vinhos para escolher apenas os melhores.

    Garantida que está a qualidade e a diversidade dos vinhos que o Clube do Vinho selecciona para si, para os seus sócios, pode assim cumprir com fidelidade aquela que é a sua missão: segredos partilhados entre amigos. Sim, porque o Clube do Vinho é um Clube de amigos.

    Em jeito de conclusão se você é apreciador de vinhos, de bons vinhos do nosso país, e se gosta de se surpreender com vinhos e produtores de grande qualidade, com frequência arredados dos grandes circuitos comerciais, adira ao Clube do Vinho.

    As vantagens ficam todas do seu lado: o Clube do Vinho faz para si o trabalho de campo e até lhe entrega os vinhos de forma segura em casa, para si sobra o mais importante: o prazer da descoberta e o apreciar vinhos únicos variando nas suas opções e porventura constituindo uma cave invejável. Afinal há Clubes que valem a pena.

  • Há vinhos femininos?

    Claro que há, chamam-se vinhas e costumam ser as mães dos vinhos…

    Catalogar tem sempre algo de redutor, perde-se sempre algo que lamentavelmente fica pelo caminho. Há vinhos femininos? Eu nunca bebi nenhum, e, sinceramente, nem sei o que são.

    Mas, é importante que os vinhos tenham sexo? Eu acho que não, pois tudo isto são falsas questões, até porque, sinceramente, considero o sexo feminino em muitas coisas superiores ao masculino. Então um vinho feminino é melhor do que um masculino?

    Baralhado mas não perdido, diria que há vinhos que são mais delicados isso sim, há efectivamente vinhos que o são. Pensemos. Cada vinho é um equilíbrio encontrado pelo seu criador, Enólogos na maior parte das vezes, e nessa qualidade há profissionais que tem a sublime arte de desenhar vinhos todos cheios de graça, equilíbrio, delicadeza e, porque não dizê-lo, de sensibilidade.

    Fazê-los é um bico de obra, encontrá-los um achado e reconhecê-los uma sorte, a ponto de quando se tem essa fortuna dever-se fazer uma festa e perfumar-nos com estas verdadeiras obras da natureza que tanto prazer nos dão na sua fruição.

    Se alguma vez na sua vida encontrar um vinho destes abrace uma boa quantidade de garrafas e não lhes dê sossego, beba-as, frua-as, oiça as suas histórias e no fim, mas só no fim, diga-me se são vinhos femininos, ou se são simplesmente grandes vinhos, daqueles que não precisam de rótulos, pelo menos destes que falamos…

  • 5 Dicas para entender os Vinhos

    Encontrar respostas fáceis para questões difíceis é o sonho de todos nós amantes da simplificação, e embora conscientes da perda de alguma riqueza entendemos, porque entendível o é, optar por este trajecto, digamos, de iniciação.

    A primeira dica para entender o vinho é proveniente do mais elementar bom senso: cobre-te de humildade, deixa para trás ideias feitas, gostos, sapiência de outros e assume-te como aluno à descoberta do vinho.

    A segunda dica é fique calmo, não vai aprender tudo num minuto nem ninguém lho vai ensinar, com sorte ficará com uma chave que bem aplicada lhe permite ir fazendo pequenas descobertas ao longo do tempo com o exercício de provas de vinhos. Em minha opinião a melhor prova é educar o gosto tentando apreciar vinhos sempre de qualidade garantida.

    Terceira dica, os vinhos falam, aprenda a escutá-los. Surpreendido? Não esteja, veja como os entendidos aconselham apreciar os vinhos sempre a uma temperatura baixa, nunca se perguntou porquê? Simples, com o frio os vinhos “fecham-se”, e uma vez no copo vão-se mostrando, mas atenção, o que é verdade agora pode não ser daqui a cinco minutos: são eles a falar consigo, dialogue.

    Quarta dica, um passo de cada vez, a prática é a mãe da aprendizagem. Encha-se se curiosidade e paciência, dispa-se de rótulos, foque-se nos vinhos. Aborde por exemplo uma região adquira vinhos mais ou menos conhecidos e divirta-se a apreciá-los sempre do mais simples para o mais complexo (o preço da garrafa pode ser um indicador), dedique-se a descobrir o que ganha em cada patamar que sobe: aromas mais fortes ou/e mais diversos? Cores mais abertas ou fechadas? Sabores mais ricos, mais intensos, mais duradouros??? Encha-se de perguntas, transborde de curiosidade e lembre-se sempre que a sua verdade é bem provavelmente diferente da do seu vizinho.

    Quinta dica tire prazer de cada vinho que aprecia, outra coisa é provar conceito algo conotado com avaliação. Sim, prove-os, mas a seguir beba-os, frua cada vinho ao longo da refeição, verá que cada um lhe conta a sua história, umas fazem sonhar, outras ficam pelo que são: histórias.

  • Anos Vintage do Vinho do Porto

    Já homem feito me apercebi da complexidade que envolve os Vinhos do Porto, pois embora aparentemente simples quando começamos a conjugar as categorias de vinhos do porto, com as casas de vinho do porto com os melhores anos, temos os ingredientes perfeitos para ir ver televisão… no entanto as coisas não são assim tão complicadas ou impenetráveis, não resistindo a uma abordagem calma, mas persistente.

    Os anos, indo ao essencial, têm a maior importância quando falamos de Vintage, ou seja da categoria mais elevada, apreciada e valorizada dos Vinhos do Porto. Investamos pois, algum do nosso tempo a esmiuçar esta questão.

    Permita só que lhe lembre uma coisa muito simples, os Vinhos do Porto são igualmente conhecidos como vinhos finos, certamente por contraste com todos os outros e talvez porque mais caros e serem apreciados pelos mais “finos”, ou até por mais delicados em fim de refeição acompanharem as sobremesas ou serem apreciados após a mesma. Nessas alturas tudo o que convém é… um vinho fino…

    Nos dias que correm as regras para que seja declarado um ano Vintage são um pouco mais liberais do que outrora, sendo que cada casa produtora o pode declarar, claro, desde que o vinho submetido no IVDP seja aprovado em câmara de provadores para essa categoria. No entanto, os chamados anos Vintage estão conotados com as regras de antanho em que apenas eram anos Vintage para os vinhos do porto quando a generalidade das casas produtoras o declaravam, assim ainda me parece ser estas os anos a reter, agora também conhecidos como vintages clássicos.

    E que anos são estes?

    Década de 60                 1963      1966      1970

    Década de 70                 1977

    Década de 80                 1983      1985

    Década de 90                 1992      1994      1997      2000

    Década de 2000              2003      2007      2009

    Década de 2010              2011      2016      2017

    Aqui tem, pois, os anos que importam nos vinhos do Porto Vintage, além dos quais, recordo, há que acrescentar os anos Vintage declarados por esta ou aquela casa produtora.

    Gostaria, no entanto, de lhe dar uma boa dica: há anos que não foram declarados como Vintage, mas que valem muito a pena, leia-se há vinhos Late Bottled Vintage que mais parecem… quer um exemplo? Experimente um LBV de 1999 e surpreenda-se.

    Boas provas!

  • De que formas se pode consumir um espumante?

    O espumante é porventura a mais universal de todas as bebidas não tendo tempo nem hora para ser apreciado, existindo, no entanto, regras ou talvez melhor algum senso comum quanto ao seu consumo.

    Quem já tenha feito uma boa meia dúzia de viagens certamente se deu conta de que nos bufetes de pequeno-almoço não raro, lá encontra uma garrafa de espumante num frapé à espera de visita. Pessoalmente acho um bocado violento ao pequeno-almoço, mas pelos vistos há quem não dispense.

    Rodando ao longo do dia o espumante é um delicioso e alegre aperitivo para um almoço mais composto, divertido ou até só porque apetece um flute de espumante, sim porque por vezes há destes apetites.

    Nem só de apetites e aperitivos vive um bom espumante, pessoalmente não poucas vezes me acompanha para a mesa sempre que o almoço é peixe, bacalhau no forno, ou até uma carne de ave de confecção simples. Sim, o espumante pode e deve ser apreciado com carnes de aves, quem sabe acompanha sempre o peru com espumante, é dos cânones e é muito bom.

    Os menos ortodoxos assumem as suas convicções e não se coíbem de agarrar em uma ou várias garrafas de espumante e fazer com elas uma deliciosa, refrescante e saborosa sangria do dito, empregando para isso o seu melhor engenho em receitas mais ou menos sofisticadas. Uma coisa lhe garanto não é preciso muito e o público feminino adora! Claro que não necessito de lhe recordar que esta receita é especialmente indicada para os dias quentes de Verão em refeições tão variadas quão divertidas.

    Acrescento ainda o enorme potencial que o espumante tem para a realização de cocktails, a este título uma simples pesquisa na internet revelará soluções surpreendentes e deliciosas, eu recomendo que comece por fazer um kir royal!

    Aqui chegados já percebeu que o espumante não tem dia nem hora, sendo por assim dizer uma bebida muito ligada à festa. Faça os seus brindes com uma flute de espumante, aprecie-o igualmente com uns morangos… isto, claro, se optar por não se ficar pelas soluções convencionais.

    A reter, o espumante é uma bebida sem receitas nem horas, de todas as bebidas a mais alegre, e que pode e deve ser presença constante em nossas casas: já viu o bom que é uma flute de espumante ao regressar da praia…?