Voltemos ao consumo de Vinhos do Porto Tintos para afirmar que embora aceitemos o facto, carregados de tradição, os devemos, como sempre fiz, adaptar aos nossos dias, às nossas casas, ao nosso gosto, nunca passando, isso nunca, ao seu lado por preguiça ou desconhecimento.
Um bom Vinho do Porto Tinto Ruby faz as minhas delícias consumido fresco como aperitivo, ou a acompanhar alguma sobremesa mais gulosa que distraidamente, ou não, apareça lá por casa, as suas características frutadas, ricas e jovens são para isso a companhia ideal. Confesso que uma ou outra vez – sou pródigo por natureza – temperei alguns pratos de caça com este Vinho do Porto com excelentes resultados, nomeadamente quando, mais tarde à mesa, se reencontrava o mesmo vinho no prato e no copo, sim acompanho refeições com Vinhos do Porto Tinto Ruby.
A juventude da família, amigos destes incluídos, preferem apreciá-lo juntando-lhe a frescura duma meloa cortada ao meio, recipiente ideal para uma generosa golada deste vinho, ou então, descoberta do meu filho mais velho, a acompanhar mousse de chocolate feita lá em casa, tarefa a que a minha mãe e sogra se entretêm ao despique.
Caso mais sério e comprometedor é servir um vinho do porto tinto da categoria Late Bottled Vintage não só pela sua exigência de acompanhamentos à mesa, mas também o seu preço obriga a alguma ponderação. Tradicionalmente servido a acompanhar as sobremesas mais ricas, o que faço sempre com grande sucesso, para minha surpresa uma vez que a conselho de um amigo consumi um vinho do porto tinto Latte Bottled Vintage a acompanhar um excelente queijo de ovelha, meia cura, que comprei para a ocasião.
Os resultados de tão surpreendentes ganharam força de tradição e sempre que tenho amigos ou família em refeições de maior responsabilidade abro e sirvo este vinho com os queijos (experimente com queijos azuis) e claro, as sobremesas doces continuando, por vezes, aos presentes a apreciar este vinho do porto tinto late bottled Vintage uma vez a refeição terminada.
Os Vinhos do Porto Tintos Vintage por reconhecidos como os “primus inter pares”, os melhores em suma, e talvez por isso registem todo um cerimonial à sua volta digno de menção. Nem todos os anos são Vintage, são-no quando os produtores reconhecem unanimemente a qualidade da colheita e assim o declaram. Recentemente abriu-se a possibilidade de, reconhecer a valia de que certos “terroirs” podem ser beneficiados pelas condições climatéricas em determinados anos, para que os produtores possam declarar esse o ano de vinhos do Porto Tintos Vintage para um ou outro Vinho de Porto produzido nas suas quintas.
Reza a tradição que estes Vinhos do Porto Tintos Vintage devem ser reservados para momentos especiais, celebrações, efemérides, presentes de monta, afastando-os, desta forma, da regularidade do são convívio à mesa e da sua fruição enquanto grandes vinhos, isto, claro, na minha opinião de que os vinhos se fizeram para beber, embora insista em guardar um ou outro…
Sempre que posso, e as refeições o pedem, sirvo em casa um belo Vinho do Porto Tinto Vintage, fazendo-o circular pela esquerda, naturalmente, mas circula e bebe-se, frui-se. Passada a ancestral rigidez de serviço à mesa, em casa alguns elementos não se coíbem de, quase abusando da minha prodigalidade, se servir de doses generosas destes vinhos do Porto Tintos Vintage, sabendo, que uma garrafa por refeição é o limite, uma vez que não somos assim tantos à mesa, e embora gulosos eu não sou nem distraído, nem rico (esta última infelizmente).
Sirvo o Vinho do Porto Tinto Vintage sempre a acompanhar sobremesas doces, as mais doces, nomeadamente as descendentes de receitas conventuais em cuja confecção entram muitos ovos, muito açúcar para só mencionar os ingredientes mais importantes, e é sempre uma festa e um momento alto quando anúncio a todos que hoje servirei um vinho do porto tinto vintage à refeição. Note que o servir este porto tem a enorme vantagem de o mesmo poder continuar a enriquecer as conversas após o término da refeição sendo recomendado, senão exigido que a garrafa aberta deva ser consumida no dia da abertura.
Convido-o a procurar mais situações de consumos de vinhos do porto tinto vintage, nomeadamente como a que experimentei no outro dia e que foi absolutamente avassaladora: reguei com Vinho do Porto Tinto Vintage toda uma refeição de cuja ementa constava apenas um grande bife de uma peça nobre da vaca ou boi, como preferir designar, acompanhado pelos tradicionais arroz, batatas fritas, ovo estrelado e legumes, muita escolha para cada um poder fazer as suas opções favoritas.
Dizia que o resultado foi extraordinário a força do Vinho do Porto Tinto Vintage casou na perfeição com a proteína da carne e foi memorável, seguindo para as sobremesas e demais conversa a ponto de já circularem lá em casa abaixo-assinados a pedir a repetição do acontecimento. Particularmente confesso-lhe que nesse dia condescendi a servir não uma, mas duas garrafas de Vinho do Porto Tinto Vintage.
Voltando a alguma formalidade é natural que esteja curioso relativamente a dois temas: em que copos se servem os Vinhos do Porto Tintos Vintage, e qual a adequada temperatura de serviço. A primeira questão encontra a resposta nos modelos de copos a que convencionou baptizar-se de Savoy, Paris e Iso.
Duma forma geral são redondos, quase circulares para melhor reterem os infindáveis aromas dos Vinhos do Porto Tintos Vintage. Já a segunda questão merece uma abordagem mais delicada, pois muito consta sobre este tema, posso, no entanto, tentar transmitir-lhe a minha experiência e que se resume a consumir os vinhos do porto tintos a temperaturas baixas por volta dos 13 º pelos seguintes motivos, primeiro aquecem rapidamente e segundo, delicia-me começar a consumi-los algo austeros e, à medida que a temperatura sobe, descobrir-lhes a graça dos seus aromas que se vão então revelando graciosamente.
Eis, pois, o que me disponho a partilhar consigo sobre modos de consumo de vinhos do porto tintos, e que mais não são do que pistas que se o incentivarem a percorrer este caminho, serei o mais feliz dos homens.