O vinho para ser servido

Um vinho para ser apreciado, degustado se preferir, deve cumprir alguns requisitos mínimos que muitos, por os fazerem mecanicamente, já nem dão por ela. Outros haverá que gostariam de ter esta informação pelo que parece um bom princípio de conversa.

Os vinhos brancos são menos exigentes do que os vinhos tintos no que a mesuras concerne, não deve, no entanto, esquecer-se deles na porta do frigorífico à espera de um dia os ir buscar…. Sim, se pensa ir beber vinho branco amanhã, coloque-o hoje no frigorífico e quando precisar dele estará à temperatura desejada.  

Uma nota adicional, um conselho se preferir, comece sempre por apreciar os vinhos brancos a uma temperatura uma mais baixa do que a indicada isto pelo motivo simples que, uma vez no copo, a temperatura sobe rapidamente e pode perder algum do percurso do vinho. A garrafa já aberta deve repousar num frapé para o vinho se manter à temperatura desejada.

Os vinhos tintos, menos dados a frescuras, devem, no entanto, ter percurso semelhante. Traga-os da cave na véspera e ajeite-os num sítio fresco para que a sua temperatura se ajuste ao desejado. Nos vinhos tintos jovens pode esquecer-se deles algum tempo no frigorífico – aí uma hora no máximo – para os refrescar, já os vinhos mais encorpados e dignos, esses, não aconselham tal prática, pois não são adeptos de mudanças de temperatura bruscas…

A abertura

Com os vinhos à temperatura desejada – talvez um pouco mais baixa – é chegado o momento da sua abertura.

Primeira operação, cortar a cápsula de forma cuidada e homogénea. Completada esta, passemos à seguinte a retirada da rolha, rodando a garrafa com cuidado especialmente nos vinhos mais importantes uma vez que podem ter pé, e não é aconselhável que se turve o vinho.

Retirada a rolha deve observar-se a mesma de forma a aferir que não houve fugas podendo aproximando-a do nariz ver o que o mesmo nos diz quanto ao vinho em apreço. Completada esta operação deve nos vinhos tintos colocar-se uma argola apara-pingos por forma a que após serviço não se manche a toalha.

Antes do serviço deve cheirar-se o copo para garantir que o mesmo não tem qualquer odor (por exemplo a armário) que possa contaminar o vinho. Confirmada a boa forma do receptáculo vamos verter o vinho de forma cuidada de maneira a que o mesmo deslize pelas paredes do copo e não que nelas bata de forma violenta.

Uma vez servido dediquemo-nos ao prazer das apresentações, primeiro ao olho mirando-lhe a cor, caçando as nuances, descobrindo matizes. Passemos ao nariz, primeiro com o vinho em repouso e depois de o agitar, em ambas as situações deixemo-lo falar connosco através dos seus aromas, primeiros estes, logo aqueles e no final os outros.

Só então o devemos apresentar ao palato e, ao fazê-lo, devemos confirmar na boca tudo o que sentimos nos outros sentidos, a fruta, a complexidade estando atentos à sua evolução na boca, pois um bom vinho deve impressionar toda a cavidade bocal.

Daqui em diante resta desejar-lhe que seja o vinho correcto para a ementa que seleccionou e que saiba pela vida. Bom proveito.