Encontrar respostas fáceis para questões difíceis é o sonho de todos nós amantes da simplificação, e embora conscientes da perda de alguma riqueza entendemos, porque entendível o é, optar por este trajecto, digamos, de iniciação.
A primeira dica para entender o vinho é proveniente do mais elementar bom senso: cobre-te de humildade, deixa para trás ideias feitas, gostos, sapiência de outros e assume-te como aluno à descoberta do vinho.
A segunda dica é fique calmo, não vai aprender tudo num minuto nem ninguém lho vai ensinar, com sorte ficará com uma chave que bem aplicada lhe permite ir fazendo pequenas descobertas ao longo do tempo com o exercício de provas de vinhos. Em minha opinião a melhor prova é educar o gosto tentando apreciar vinhos sempre de qualidade garantida.
Terceira dica, os vinhos falam, aprenda a escutá-los. Surpreendido? Não esteja, veja como os entendidos aconselham apreciar os vinhos sempre a uma temperatura baixa, nunca se perguntou porquê? Simples, com o frio os vinhos “fecham-se”, e uma vez no copo vão-se mostrando, mas atenção, o que é verdade agora pode não ser daqui a cinco minutos: são eles a falar consigo, dialogue.
Quarta dica, um passo de cada vez, a prática é a mãe da aprendizagem. Encha-se se curiosidade e paciência, dispa-se de rótulos, foque-se nos vinhos. Aborde por exemplo uma região adquira vinhos mais ou menos conhecidos e divirta-se a apreciá-los sempre do mais simples para o mais complexo (o preço da garrafa pode ser um indicador), dedique-se a descobrir o que ganha em cada patamar que sobe: aromas mais fortes ou/e mais diversos? Cores mais abertas ou fechadas? Sabores mais ricos, mais intensos, mais duradouros??? Encha-se de perguntas, transborde de curiosidade e lembre-se sempre que a sua verdade é bem provavelmente diferente da do seu vizinho.
Quinta dica tire prazer de cada vinho que aprecia, outra coisa é provar conceito algo conotado com avaliação. Sim, prove-os, mas a seguir beba-os, frua cada vinho ao longo da refeição, verá que cada um lhe conta a sua história, umas fazem sonhar, outras ficam pelo que são: histórias.